Quando falamos em iniciar novos relacionamentos, parece que estamos tratando de um assunto muito natural, e que todos os indivíduos são capazes. Mas, na prática, não é bem assim....
Este artigo tem como finalidade explorar o assunto sem o esgotar. Trata-se de uma tentativa de reflexão sobre o tema.
Estamos na era da tecnologia,que supostamente serve pra que possamos nos comunicar melhor.
A informação viaja de um canto a outro do planeta numa velocidade impensada há décadas atrás.
Desenvolveram-se inúmeros aparelhos e aplicativos com a finalidade básica de promover a aproximação entre as pessoas em tempo real, e mesmo assim, o número de pessoas com dificuldade em estabelecer novas relações vêm aumentando consideravelmente.
Não podemos falar em falta de vontade, pois os indivíduos não medem esforços para se tornarem pessoas bonitas e agradáveis: frequentam acadêmias de ginástica em busca de um corpo saudável; frequentam ambientes onde podem encontrar lazer, informação e cultura, praticam esportes; cuidam da aparência, etc.
Ou seja, buscam tornarem-se pessoas aceitáveis.
Se temos os "meios de comunicação adequados" e "pessoas adequadas", onde mora a dificuldade para estabelecer novos relacionamentos?
Resposta: mora dentro de cada um. Falta a coragem para o start inicial.
Percebe-se que as pessoas estão se preparando para os relacionamentos apenas na parte exterior, esquecendo-se de que irão se relacionar com outras pessoas que buscam algo parecido. Vou elencar alguns fatores que dificultam o start para novos relacionamentos:
1. Desejo de ser cultuado(a)
Alguns indivíduos cuidam da aparência externa com esmero, acreditando que basta ter um corpo bonito para se relacionar.
Neste caso, pode existir um desejo de ser cultuado (a) por sua beleza (narcisismo), o que dificulta o start de um relacionamento, uma vez que a relação afetiva deve ser marcada pela troca, e não pela unilateralidade.
2. Medo excessivo da rejeição.
Alguns indivíduos sofrem com o medo da rejeição e tendem a não se arriscar, esperando que o "amor caia de paraquedas". Em geral são pessoas com autoestima fragilizada e que dependem da aceitação alheia para sentirem-se pessoas plenas. Isto precisa ser revertido com a ajuda de psicoterapia, pois a necessidade de aceitação deve ter limites e não pode limitar o curso natural da existência.
3. Desejo de preservação
Relacionar-se é uma via de mão dupla, e exige que os dois doem e recebam na mesma proporção. É preciso dispor de tempo, paciência, tolerância no trato com outra pessoa. Para alguns indivíduos, a dificuldade é justamente em dar algo de si para o outro e receber cobranças. Em geral são pessoas muito focadas em seus interesses e com pouca disponibilidade para partilhar algo.
4. Timidez excessiva
A Timidez excessiva pode fazer parte de um quadro de Personalidade introvertida, que segundo Ballone (2009): "Na pessoa introvertida os eventos exteriores, ao contrário da pessoa extrovertida, não são a causa e o fim do pensamento, pois seu raciocínio começa e termina sempre no sujeito e não no objeto, na pessoa e não na coisa."
Vendo por este ângulo, podemos compreender que o introvertido não consegue mudar o foco de seu pensamento para o outro.
Observe que para haver interações sociais é importante que alguém dê o primeiro passo. As vezes um olhar é suficiente, em outros, é necessário ir além. Se este for o caso, aqui vão algumas dicas:
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Este artigo tem como finalidade explorar o assunto sem o esgotar. Trata-se de uma tentativa de reflexão sobre o tema.
Estamos na era da tecnologia,que supostamente serve pra que possamos nos comunicar melhor.
A informação viaja de um canto a outro do planeta numa velocidade impensada há décadas atrás.
Desenvolveram-se inúmeros aparelhos e aplicativos com a finalidade básica de promover a aproximação entre as pessoas em tempo real, e mesmo assim, o número de pessoas com dificuldade em estabelecer novas relações vêm aumentando consideravelmente.
Não podemos falar em falta de vontade, pois os indivíduos não medem esforços para se tornarem pessoas bonitas e agradáveis: frequentam acadêmias de ginástica em busca de um corpo saudável; frequentam ambientes onde podem encontrar lazer, informação e cultura, praticam esportes; cuidam da aparência, etc.
Ou seja, buscam tornarem-se pessoas aceitáveis.
Se temos os "meios de comunicação adequados" e "pessoas adequadas", onde mora a dificuldade para estabelecer novos relacionamentos?
Resposta: mora dentro de cada um. Falta a coragem para o start inicial.
Percebe-se que as pessoas estão se preparando para os relacionamentos apenas na parte exterior, esquecendo-se de que irão se relacionar com outras pessoas que buscam algo parecido. Vou elencar alguns fatores que dificultam o start para novos relacionamentos:
1. Desejo de ser cultuado(a)
Alguns indivíduos cuidam da aparência externa com esmero, acreditando que basta ter um corpo bonito para se relacionar.
Neste caso, pode existir um desejo de ser cultuado (a) por sua beleza (narcisismo), o que dificulta o start de um relacionamento, uma vez que a relação afetiva deve ser marcada pela troca, e não pela unilateralidade.
2. Medo excessivo da rejeição.
Alguns indivíduos sofrem com o medo da rejeição e tendem a não se arriscar, esperando que o "amor caia de paraquedas". Em geral são pessoas com autoestima fragilizada e que dependem da aceitação alheia para sentirem-se pessoas plenas. Isto precisa ser revertido com a ajuda de psicoterapia, pois a necessidade de aceitação deve ter limites e não pode limitar o curso natural da existência.
3. Desejo de preservação
Relacionar-se é uma via de mão dupla, e exige que os dois doem e recebam na mesma proporção. É preciso dispor de tempo, paciência, tolerância no trato com outra pessoa. Para alguns indivíduos, a dificuldade é justamente em dar algo de si para o outro e receber cobranças. Em geral são pessoas muito focadas em seus interesses e com pouca disponibilidade para partilhar algo.
4. Timidez excessiva
A Timidez excessiva pode fazer parte de um quadro de Personalidade introvertida, que segundo Ballone (2009): "Na pessoa introvertida os eventos exteriores, ao contrário da pessoa extrovertida, não são a causa e o fim do pensamento, pois seu raciocínio começa e termina sempre no sujeito e não no objeto, na pessoa e não na coisa."
Vendo por este ângulo, podemos compreender que o introvertido não consegue mudar o foco de seu pensamento para o outro.
Iniciando relacionamentos:
Observe que para haver interações sociais é importante que alguém dê o primeiro passo. As vezes um olhar é suficiente, em outros, é necessário ir além. Se este for o caso, aqui vão algumas dicas:
- Comece tratando de temas amplos, ou seja fazendo comentários sobre o local, o tempo, etc. e fique atento (a) as reações de seu interlocutor;
- Se houver abertura da outra parte, passe aos temas específicos, como nome, idade, profissão. Evite perguntas e colocações indiscretas, como posição política, religião, classe social, escolarização, etc.,
- Evite comentários sobre a aparência no primeiro contato: algumas pessoas (mesmo que sejam muito bonitas) sentem-sem invadidas quando alguém menciona o quanto são bonitas e atraentes, pois não se sentem assim;
- Fale de si e dê espaço para que o outro faça o mesmo;
- Evite a aproximação física não permitida;
- Converse olhando nos olhos do interlocutor;
- E tente evitar "leituras mentais" sobre o que o outro está pensando a seu respeito. Isto certamente será conhecido no momento oportuno.
- No entanto, se a dificuldade for imensa, sugiro que busque ajuda da psicoterapia para compreender melhor os motivos que o levaram a desenvolver esta dificuldade e as melhores formas de interagir, respeitando sua individualidade.
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