- Tente não focar tanto no episódio de rejeição exceto se tiver algo a aprender com isso;
- Busque o apoio das pessoas queridas;
- Não alimente pensamentos de menos-valia: você não vale menos porque alguém te rejeitou;
- Ressignifique os conceitos sobre si mesmo(a) para não depender tanto da aceitação dos outros;
- Siga em frente.
Quando escrevi este texto original em 2006, minha concepção sobre o tema era ligeiramente diferente da que tenho hoje.
Naquela época eu ainda não clinicava, mas estudava profundamente este tema, que sempre me chamou atenção, pelo número imenso de pessoas que se queixavam de rejeição de toda ordem: rejeição amorosa, rejeição social, rejeição familiar, etc...
Passaram-se anos: as pessoas continuam se queixando de rejeição; continuam em busca de aceitação.
Porque? Pra quê?
O indivíduo só consegue ser-alguém se conseguir ser aceito?
E se não puder contar com a aceitação de ninguém?
Seria ele uma pessoa-menor? ou um não-pessoa?
Obvio que não!
Aceitação social não é tudo!
Muitas pessoas são renegadas por todos, incluindo seus parentes, pais, irmãos, amigos, e ainda assim, tem um valor incrível, são pessoas verdadeiramente iluminadas!
A busca pela aceitação, ou pela não-rejeição é uma busca que não tem fim, pois sempre haverá alguém te rejeitando. Mas você vai se importar com isso até quando?
E vai deixar de ser você-mesmo para atender as expectativas rasas das pessoas?
Sério?
Não faça isso! Viva sua vida!
A rejeição:
Entendemos como REJEIÇÃO, a percepção de ser excluído de algum grupo, ou forma de interação. Trata-se da constatação (real ou imaginária) de que, não houve interesse de alguém em estabelecer vínculos de alguma natureza (profissional, romântico, familiar, social, etc).
Existem duas formas de rejeição: a objetiva e a subjetiva.
A Objetiva é quando houve claramente uma rejeição; Suponhamos que você não foi aceito em um grupo de estudos religiosos porque tem tatuagens. Isto foi objetivo, observável.
A subjetiva é quando você SUPÕE-se rejeitado.
É a mais comum, e frequentemente equivocada, pois baseia-se nas limitadas convicções que temos sobre a forma como as pessoas pensam.
Algumas pessoas lutam conta o sentimento de rejeição, traindo seus princípios mais elementares, adotando valores alheios, na inútil tentativa de buscar aprovação ou aceitação. E fazem isso sem perceber que estão abrindo mão de si mesmos.
Na prática, pouco se pode fazer para evitar a rejeição, uma vez que aceitar ou rejeitar é algo que compete ao outro, e suas motivações íntimas.
Se a outra pessoa está propensa a rejeitar pessoas, dificilmente mudará sua postura perante sua mudança de atitude.
Em outras palavras: quem rejeita saiu perdendo
Afinal tais pessoas, na maioria das vezes, não conseguem enxergar boas características nos outros e tende a selecionar pessoas com base em valores fúteis, como a aparência, credo, cultura, classe social.
Se você foi rejeitado(a) com base em características suas, sinta-se feliz por ser maior que estes conceitos tão mesquinhos!
Não tente mudar para agradar o outro, porque quem tende a rejeitar, rejeitará sempre. Se você mudar algo em você, buscando aceitação, no futuro será rejeitado por outra coisa.
E você não quer passar a vida inteira mudando, mudando, não é mesmo?
A solidão e a rejeição
Muitas pessoas sofrem com o medo da rejeição, mas na prática, o medo real é da solidão.
E para não viver só, acabam se tornando aquilo que o outro quer.
Será que vale a pena? Não seria isto uma violência cotra si mesmo?
Relacionamentos saudáveis são aqueles em que as pessoas se amam e são companheiras, se aceitam como são, sem precisar mudar.
Quem ama, ama a história de vida do outro, portanto ama suas características, sua forma física, suas origens, sua cultura.
As vezes, é melhor não ter ninguém, do que se submeter a um relacionamento abusivo, apenas para garantir aceitação.
Se tiver que fazer alguma mudança em si mesmo, faça, mas ressignifique sua vida a seu favor, procurando ser você mesmo (a e viver com mais autenticidade..O que sente uma pessoa rejeitada:
É natural que neste momento as pessoas sintam-se desorientadas, tentando entender se fez algo errado para merecer isso, colocando seu senso crítico em prática.
No primeiro momento, o sentimento de perplexidade, depois o desejo de reaproximação, a compreensão dos fatos e a aceitação.
A Perplexidade se dá quando você se pega dizendo: "Como assim....não me convidaram "?
Este sentimento demonstra que você estava esperando com naturalidade ser integrado ao grupo, que algo não ocorreu segundo suas expectativas.
O Desejo de reaproximação:
Quando o indivíduo busca formas de se integrar ao grupo, aproximando-se das pessoas, por meio de mensagens, etc..
A compreensão dos fatos é a busca subjetiva pela compreensão das variáveis que colidiram para que houvesse a situação de rejeição real ou imaginária.
Como lidar com a rejeição
Antes de sugerir formas de como lidar com a rejeição, cabe lembrá-los de fazer uma análise crítica, para entender se não é VOCÊ que está rejeitando as pessoas. Sim, isso mesmo: em alguns casos, a pessoa excluída, rejeitou primeiro, através de atitudes de indiferença, orgulho e até mesmo preconceitos.
Ok, vamos considerar que você já fez sua análise crítica, e percebeu que o problema não é com você, vamos falar sobre como lidar com a rejeição
Existem várias formas de lidar com a rejeição
A minha forma predileta é IGNORAR. Isso mesmo, ignorar a rejeição.
Observe que as atitudes de quem te rejeitou mudam, de acordo com as circunstâncias, e quem te rejeitou hoje, poderá te aceitar amanhã.
Então, simplesmente ignore e siga como se nada tivesse acontecido. Sai mais barato emocionalmente ter este tipo de conduta.
Mas nem tudo pode ser ignorado.
Ambiente de trabalho: Quando não te convidarem para uma reunião sobre um projeto importante para sua carreira, ou para um happy-hour comemorativo, não dá pra ignorar.
Como são aspectos que envolvem sua carreira, e que podem prejudicar o andamento do seu trabalho, eu sugiro que converse com a gestão e reafirme seu interesse em participar de tais eventos, usando toda a classe e elegância disponível no seu repertório verbal..
No trabalho, é importante desenvolver atitudes assertivas e saber se posicionar perante uma injustiça é extremamente importante. Não tenha medo de que aconteça o pior se você se posicionar, pois o pior já aconteceu.
Você só estará tentando corrigir.
Ambiente familiar:
O Clássico caso do Patinho feio que se tornou um cisne grande e bonito pode ser verificado em muitas famílias.
As tradições familiares se repetem: as pessoas tendem a se agrupar em torno de algumas figuras e excluirem outras, especialmente àquelas que não se encaixam no "modus vivendi" da família. Isto não é DESAMOR, mas apenas falta de afinidade familiar.
Algumas pessoas são diferentes. Suas diferenças devem ser respeitadas. Mas isto não significa que devam ser excluídas, como por exemplo trancar no quarto uma criança na noite de natal, porque é mais "bagunceira".
Muito pelo contrário, os "diferentes" devem ser tratados como todos os outros são.
Porém, isto nem sempre ocorre, e os "iguais" segregam" os diferentes. Porque?
Medo do diferente confrontá-los com suas ideias inovadoras, medo de que o diferente seja mais inteligente e tenha facilidade em apontar as falhas e os erros dos outros, medo de que o diferente tenha mais amor e mais compaixão pelos necessitados e "eleve a régua" da bondade na família.
Enfim, PESSOAS DIFERENTES MEXEM NA ZONA DE CONFORTO da família tradicional e conservadora. E isso incomoda. Muito!
Se você é o "diferentão da família", sempre rejeitado, sempre esquecido, sugiro que olhe mais para si mesmo.
Nada de tentar buscar "família substituta", ok?
A família do amigo, do namorado, do vizinho pode até ser legal e te tratar com mais acolhimento, mas nunca será a tua família, e você nunca será nada além de um agregado (muito querido socialmente, mas distante das tradições familiares).
Se você duvida, experimente brigar com seu namorado e veja de que lado a sogra vai ficar.
Buscar "família substituta" é uma forma deprimente de buscar aceitação, como tapar um poço com rolha de garrafa. É ampliar teu sentimento de rejeição. É negar que há um problema.
Para lidar com a rejeição familiar, só buscando terapia, para compreender as diferenças que há entre você e sua família, e quebrar essa SEDE POR ACEITAÇÃO que mora dentro de você.
Rejeição amorosa
A rejeição amorosa é uma das mais difíceis de superar porque mexe com o sistema de apego do indivíduo, ou seja, com as estruturas afetivas, que foram criadas ao longo da existência.
É comum também que algumas pessoas usem vários artifícios para aliviar a dor da exclusão:
Tais técnicas nem sempre funcionam, afinal, quando não há correspondência afetiva, dificilmente será possível um retorno à situação anterior.
Existem pessoas que esperam que as coisas se ajeitem à sua maneira, ou que o outro se ajuste para caber em seus sonhos, ou que o outro simplesmente volte.
Aquele contato físico caloroso, aquele sorriso encantador se foi e isso abre uma brecha para a pergunta: "o que eu tenho de errado?" ou " porque ele(a) não me quer mais"?.
Este sentimento de culpa leva algumas pessoas a perderem noites de sono: enquanto outras mudam visual, emagrecem (ou engordam), mudam atividades, gostos apensa para tentar atrair novamente aquela pessoa que se foi. será que isso adianta?
As pessoas mudam. E tais mudanças trazem consigo outros significados para suas vivências.
E isso naturalmente quer dizer que em muitos casos, quando o outro foi embora, foi porque quis.
Porque entendeu que era hora de mudar e buscar algo que fizesse sentido para ele. Ou seja, não está relacionado com o que fica.
Quando vem a ruptura, parece que só há metade de um ser, já que o outro foi embora....
Isso é um erro, pois você só conseguirá amar de verdade se sentir pleno, e se conseguir enxergar que o outro é teu companheiro de viagem, não sua metade. Metade lembra incompletude.
Se há incompletude, há falta, se há falta, é preciso descobrir (falta de que? Que me falta?)..
Por isso, pense muito sobre o sentido das relações afetivas. ("Será que estou com esta pessoa porque ela me completa? Me completa em que?")
Relacionamentos saudáveis são aqueles em que as pessoas se amam e são companheiras, mesmo que completamente diferente uma das outras, mas isso não tem fórmula não, cada caso é um caso..
Reflita sobre a rejeição:
Considerando que a perda maior foi da outra parte, afinal, se não houve um mínimo esforço de acolhimento, isto pode indicar que o lugar era errado pra você, e as pessoas nitidamente não estavam dispostas a serem educadas.
É com este tipo de pessoas que você quer conviver? Vale a pena se esforçar para ser aceito(a) por um grupo pouco empático?
Terapia para superar sentimento de rejeicão:
Priorize seu bem estar emocional e o resgate de sua saúde mental.
Se você ou alguém que você conhece está passando por um problema psicológico, convido a vir conhecer meu trabalho, ou indicar a quem precisa.
Faça terapia presencial ou online.
Terapia na Av. Paulista,
2001 Bela Vista, São Paulo SP . Psicologa SP Clínica,zona sul sp.
Terapia Online e presencial.