O conceito de Inveja na Psicologia
Algumas pessoas, que desconhecem o conceito de inveja, usam-no inadvertidamente.
Algumas pessoas, que desconhecem o conceito de inveja, usam-no inadvertidamente.
É comum confundir inveja com admiração, mas existem diferenças.
Além disso, muitas pessoas são alvo da inveja alheia, e por questões de modéstia não se dão conta, e acabam sendo prejudicadas, sem perceber.
Outras, desenvolvem uma admiração tão grande, que acabam por desenvolver um sentimento de inveja inconsciente.
Em resumo: a inveja não é um sentimento bom.
Mas a Psicologia explica.
A INVEJA etimologicamente significa “não ver”:
Essa definição nos remete à própria etimologia da palavra inveja, formada pelos étimos latinos in (dentro de) + videre (olhar), que indicam claramente o quanto esse sentimento alude a um olhar mau que penetra no outro. Essa alusão acabou por se disseminar em diferentes expressões populares, tais como mau olhado, olho grande, olhar que seca pimenteira, entre outras. (Figueiredo; Ferreira, 2011, p. 181)
Trata-se de um sentimento arcaico que remete à falta de algo que o outro tem e nós não temos, podendo ser latente ou manifesta.
É latente quando o indivíduo percebe que está em desvantagem perante algo ou alguém. Quando tem consciência disto, desenvolve mecanismos para lidar com isso.
Tais mecanismos podem ser saudáveis ou não.
Um destes mecanismos é a negação: ao perceber que o outro recebeu algum benefício, o indivíduo invejoso tende a desvalorizar a conquista alheia, negando o quanto gostaria de estar no lugar do outro.
Pode ainda, negar o mérito do outro, pois ao diminuir o outro perante seus olhos, o impacto da conquista alheia perde o peso e ameniza o sentimento de inveja.
Outra defesa é a racionalização, quando o indivíduo tende a buscar explicações racionais, para fugir da emoção negativa de perceber que o outro avançou alguns passos.
“Claro que ela tirou notas boas. Passou a noite inteira estudando. Não fez mais do que obrigação”.
Admiração x Inveja
Quando falamos de “inveja branca”, não estamos nos referindo ao mesmo conceito, uma vez que esta “inveja branca” pode ser entendida como “Admiração”.
A diferença básica é que na admiração não há desejo de destruição do outro e sim uma tendência à imitação (que pode ser bastante prejudicial se não houver parâmetros, já que pode ser entendida como uma espécie de roubo de identidade).
A diferença básica é que na admiração não há desejo de destruição do outro e sim uma tendência à imitação (que pode ser bastante prejudicial se não houver parâmetros, já que pode ser entendida como uma espécie de roubo de identidade).
O desejo de destruição
O desejo de destruição surge para eliminar os parâmetros de comparação. É como se um time de futebol pudesse massacrar o time adversário que ganhou a partida, apenas pra esquecer a derrota.
Onde nasce a inveja?
Melanie Klein (1991) aponta que a inveja é uma emoção muito arcaica que remonta ao nascimento, no sentimento de frustração que surge no momento em que as necessidades não são atendidas.
A frustração é o sentimento oriundo da ausência de gratificação, que remontaria ao sentimento de raiva por precisar de (ou desejar) algo inacessível (em dado momento).
Como se manifesta
O desejo de destruição existe para eliminar os parâmetros de comparação e se manifesta pela negação:
"Eu não queria mesmo....""Nem reparei que você tingiu o cabelo"
Neste caso há uma tendência a destruir o objeto de forma subjetiva. Por não existir a possibilidade de destruir o objeto que incomoda de forma objetiva, o invejoso o faz de forma subjetiva, desviando o olhar daquilo que tanto o incomoda.
Ou pela racionalização:
“Claro que ela tirou notas boas. Passou a noite inteira estudando. Não fez mais do que obrigação”.
Nestas circunstância, a tendência é minimizar os méritos do outro, simplificando o processo e banalizando os méritos.
Outra forma de manifestação muito presente nos diversos contextos, é a tendência de algum indivíduo se colocar na posição de objeto de inveja: em geral, têm dificuldades em reconhecer suas limitações, passando a viver em um mundo imaginário de superioridade.
Estas pessoas acreditam que o outro o persegue, uma vez que não consegue lidar com sua pouca habilidade de solucionar conflitos, e adaptar-se aos novos contextos.
Inveja Branca
Quando falamos de “inveja branca”, não estamos nos referindo ao mesmo conceito, uma vez que esta “inveja branca” pode ser entendida como “Admiração”.
A diferença básica é que na admiração não há desejo de destruição do outro e sim uma tendência à imitação (que pode ser bastante prejudicial se não houver parâmetros, já que pode ser entendida como uma espécie de roubo de identidade).
Referências
FIGUEIREDO, Maria Flávia; FERREIRA, Luis Antonio. Olhos de Caim: a inveja sob as lentes da linguística e da psicanálise. Sentidos em movimento: identidade e argumentação. Coleção Mestrado em Lingüística. 2011 - publicacoes.unifran.br
KLEIN, Melanie. Inveja, Gratidão e outros trabalho. Rio de Janeiro. Imago: 1991.
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