Como a Psicologia entende o papel das mães:

psicologa sp - rebatendo o comentário frequente de que as mães sempre são as culpadas pelas coisas ruins que ocorrem na vida de alguém, ou porque alguém teve um comportamento inadequado.

Em primeiro lugar, é importante lembrar que não há evidências científicas confiáveis que apoiem essa afirmação. 

psicologa sp - rebatendo o comentário frequente de que as mães sempre são as culpadas pelas coisas ruins que ocorrem na vida de alguém, ou porque alguém teve um comportamento inadequado.

Segundo, se a mãe for culpada, é importante considerar que o pai também pode ter uma parcela de culpa, mesmo (e principalmente) que seja ausente ou tenha uma influência mais discreta.

Mas, mesmo que a mãe seja culpada, é fundamental lembrar que o indivíduo, após uma certa idade, pode adquirir conhecimentos para se autoproteger e rejeitar exemplos tóxicos. 

Claro que há exceções. Existem pais e mães que são realmente violentos, agressivos e disfuncionais, impedindo os filhos de evoluírem emocionalmente. Não me refiro a estes lamentáveis casos.

Refiro-me às pessoas que tiveram a mãe presente, tentando dar o melhor de si, mas sempre recebendo em troca ingratidão dos filhos e críticas da família.

É claro que as mães, como todos os seres humanos, são imperfeitas e podem cometer erros. 

Elas podem se comportar de forma vaidosa, narcisista, egocêntrica ou explosiva, o que pode ter um impacto negativo nos filhos. 

No entanto, é importante lembrar que essa falibilidade não justifica a responsabilização exclusiva da mãe por todos os problemas dos filhos.

A responsabilidade pela vida, e pela saude mental das pessoas não apenas cabe às mães ou pais; é um processo complexo que envolve múltiplos fatores e agentes.

A questão da maternidade na psicologia, destacando diferentes perspectivas e concepções. 

De acordo com a Publicaçao do CRP/SP no caderno sobre Atuação dos Psicólogos com mulheres/mães e suas filhas/os, Mulheres/mães, vínculo materno e questões de gênero:

"O fato de as mulheres/mães não estabelecerem vínculos afetivos imediatos com seus bebês após o nascimento não as incapacita para a maternidade. O vínculo entre mãe e bebê não acontece necessariamente logo após o nascimento e nem se constitui como algo natural e automático. Pelo contrário, deriva de vivências nas quais vão sendo construídas, o registro de memórias afetivas, não estando atrelado apenas ao evento biológico de gestação/nascimento.
A constituição do vínculo decorre de construções sócio-histórico--subjetivas, dependendo de muitas variáveis que podem ser trabalhadas pela Psicologia, tais como a existência de sistemas protetivos nas relaçõesfamiliares e comunitárias, o acesso às políticas públicas de saúde, educa-ção, moradia, trabalho, renda, assistência social, lazer, dentre outras."

Inicialmente, é mencionada a ideia de que a obrigação de ser mãe acima de tudo é uma imposição da sociedade patriarcal, que perpetua a ideia de um instinto materno e um amor espontâneo pelos filhos.

Essa concepção é criticada por Badinter, que considera que essa pressão é mais uma imposição social do que uma realidade biológica.

A visão do psicanalista Dr. Winnicott,  descreve três tipos de mãe: a invasiva, que sufoca o filho; a "geladeira", que é distante e desconhece o filho como indivíduo; e a mãe suficientemente boa. 

A mãe suficientemente boa é aquela que permite ao bebê ter uma continuidade de ser, respeitando sua individualidade, sem invadi-lo ou se distanciar demais.

O papel das mães na evolução dos indivíduos.


O papel das mães na evolução dos indivíduos é ressaltado, pois são os pais que fornecem as primeiras referências de vida, valores morais e tradições. 

No entanto, à medida que as pessoas crescem e interagem com o mundo fora do ambiente familiar, novos valores e mentalidades são formados, o que pode gerar conflitos com os pais.

É reconhecido que as mães também cometem erros, injustiças e atitudes egoístas, pois são seres humanos em constante aprendizado e desenvolvimento. 

A intenção por trás das ações é valorizada, e é destacado que a comparação entre as mães dos outros pode levar os filhos a sentirem vergonha ou desvantagem em relação às outras mães.

Os filhos narcisistas.

Para aqueles que se encaixam nesse padrão e sentem vergonha da mãe ou da situação familiar, é sugerido que considerem fazer terapia para aprender a aceitar as pessoas como elas são e abandonar a busca pela perfeição, buscando assim uma maior felicidade pessoal.

De onde vem a "Culpa materna"

A reflexão sobre a obrigação de ser mãe e como essa expectativa é perpetuada na sociedade. 
 
Borges (2009) enfoca a ideia de que as mulheres são socialmente pressionadas a possuir um instinto materno inato e um amor espontâneo pelos seus filhos. 

No entanto, Badinter (1985) critica essa concepção, argumentando que essa imposição é uma construção da sociedade patriarcal, atribuindo à mulher a função de sentir um amor absoluto pelos filhos para cumprir seu papel materno.

Autoras como Badinter (1965), Dolto (1984) e Chodorow (2002) apresentam a visão de que a maternidade não é um instinto feminino natural, como foi amplamente concebido em diferentes períodos históricos, mas sim uma construção sociopolítica imposta pela sociedade patriarcal para definir o papel da mulher na sociedade. 

É evidente que esse papel está em constante mudança ao longo do tempo, pois as mulheres contemporâneas possuem interesses e objetivos que vão além do tradicional papel de ser dona de casa e cuidadora da família.

É importante compreender a maternidade não apenas como resultado de uma construção social, mas também como o resultado das relações estabelecidas entre a mulher e suas referências femininas, bem como do modelo parental ao qual ela foi exposta. 

Nesse sentido, o texto sugere que se a responsabilidade pela criação dos filhos é atribuída inteiramente às mulheres, também recai sobre elas a culpa por quaisquer problemas ou desvios comportamentais que possam ocorrer.

Essa reflexão nos convida a repensar os estereótipos de gênero e os papéis atribuídos às mulheres na sociedade, reconhecendo que a maternidade não é uma obrigação absoluta, mas uma escolha individual. 
 
Além disso, é fundamental considerar que a responsabilidade pela criação e educação dos filhos deve ser compartilhada de forma equitativa entre pais e mães, promovendo uma dinâmica familiar saudável e igualitária.

O Papel da mãe na sociedade patriarcal

A sociedade patriarcal desempenhou um papel significativo ao fortalecer a ideia de culpa materna, atribuindo às mães a responsabilidade pelos aspectos morais e comportamentais de seus filhos. 
 
No entanto, essa pressão sobre as mães é questionada, levando em consideração os limites da influência materna sobre o caráter e a moral dos filhos.

Com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, muitas mães passaram a contar com o auxílio de creches ou cuidadoras para a criação dos filhos, o que resultou em um distanciamento entre a mãe e seus filhos. 
 
Essa situação se deu por diversos motivos, como o abandono do pai das crianças ou a necessidade da mãe trabalhar para garantir a subsistência da família.

No entanto, é importante reconhecer que, quando os indivíduos atingem a idade adulta, eles são responsáveis por suas próprias escolhas e ações.
 
Isso inclui aqueles que foram criados por mães abusivas. Nossas mães nos dão o que têm para oferecer, e cabe a cada um de nós decidir como lidar e fazer uso do que recebemos delas. 
 
Essa perspectiva enfatiza a importância do nosso papel ativo na construção de nossa própria vida, independentemente das circunstâncias nas quais fomos criados.
 

O Mito do Amor materno

O mito do amor materno surgiu no Iluminismo e foi difundida por Jean-Jacques Rousseau, enaltecendo o papel das mulheres como mães.

No Brasil, durante o período colonial, a maternidade foi valorizada como um meio de "domesticar" as mulheres e preencher as lacunas demográficas do país. 

A Igreja também desempenhou um papel importante na promoção do ideal materno, opondo-se ao aborto e a métodos contraceptivos. 

Essa associação da maternidade com o divino e a imagem da Virgem Maria influenciou as representações simbólicas e práticas culturais relacionadas à maternidade. 

As mulheres que se tornavam mães eram vistas como exemplos de força e felicidade, mesmo diante das dificuldades enfrentadas. Esses ideais maternos ainda permeiam o comportamento das mulheres brasileiras atualmente. 

A autora Mary Del Priore destaca que a mãe foi transformada em uma auxiliar do sacerdote, obediente, dessexualizada e destituída de paixões, contribuindo para a formação do ideal materno contemporâneo.

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Fontes:

BORGES, MARIANA. A mãe winnicottiana e os aspectos que compõem seu ambiente no maternar. Disponível em https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/23335/1/M%C3%A3eWinnicottianaAspectos.pdf

IUNGANO, Elisa Motta; TOSTA, Rosa Maria. A realização da função materna em casos de adoecimento da criança. Bol. - Acad. Paul. Psicol.,  São Paulo ,  v. 29, n. 1, p. 100-119, jun.  2009 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2009000100009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  21  set.  2021.

Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. ISSN 2179-510X. 
https://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1373138836_ARQUIVO_maeainvencaodahistoria.pdf




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