Uma das formas de trabalho na TCC (Terapia cognitivo comportamental), é ensinar o paciente a
identificar seus pensamentos disfuncional, que, quando se
agregam, formas crenças centrais tão disfuncionais quanto os
pensamentos.
As principais Distorçōes cognitivas, ou Pensamentos
disfuncionais são:
- Catastrofização:
- Pensamento tudo-ou-nada;
- Adivinhação;
- Leitura de Pensamentos;
- Raciocínio Emocional:
- Generalização:
- Rotulação:
- Inflexibilidade;
- Desqualificação do Positivo;
- Baixa Tolerância à Frustração;
- Personalização.
1. Catastrofização:
"Catastrofização é fazer um pequeno aspecto negativo assumir
proporções bem maiores e imaginar todos os tipos de resultados
desastrosos que podem advir deste episódio. Considere os
seguintes exemplos de catastrofização.
Você está esperando sua filha adolescente retornar para casa
depois de uma ida ao cinema com amigos. O relógio marca 22h e
você não ouve o tilintar da chave dela na porta.
O relógio marca 22h05min, você começa a imaginar que ela
aceitou a carona de um amigo que dirige perigosamente.
Às 22h10min, você está convencida de que sua filha sofreu um
acidente de carro e que está sendo atendida por paramédicos no
mesmo local do acidente. Às 22h15min, você já está chorando
sobre a sepultura dela.” (Wilson & Blanch, p.20)
2. Pensamento tudo - ou - nada.
O tipo de pensamento tudo ou nada ou branco ou preto é um
pensamento radical que pode ocasionar emoções e comportamentos
extremos:
pensar que as pessoas ou te amam ou te odeiam pensar que alguma
coisa ou é perfeita ou desastrosa, pensar que você é culpado ou
inocente. [...]
“Imagine que você está comendo alimentos saudáveis para
conseguir perder peso, e se depara com a tentação de comer um
(01) doce.
O pensamento de tudo ou nada fará com que você pense que seu
plano inicial está arruinado e você acaba resolvendo comer os
outros 11 doces que vieram na caixa.” (Wilson & Blanch, p.
22).
3. Adivinhação.
Às vezes, nossos palpites sobre os eventos estão corretos.
Mas, em muitos casos, não.
Em várias ocasiões, as pessoas fazem previsões sobre o que
poderá acontecer no futuro, com base em palpites simples, e se
apegam a isto, sem considerar outras 99 possibilidades.
4. Leitura de pensamentos
De acordo com Wilson & Branch, a leitura de pensamento é
uma distorção caracterizada pela tendência de imaginar o que
as outras pessoas estão pensando, simplesmente baseados em
supostas expressões faciais.
"Você está conversando com alguém quando ele olha por cima do
seu ombro, desfaz o contato visual, e boceja. Você
imediatamente conclui que a outra pessoa está achando a
conversa enfadonha e que ele preferia estar falando com outra
pessoa que não você." (p. 26).
5 . Raciocínio Emocional
Tendência em acreditar que sentimentos são fatos concretos.
Não são.
Na maioria das vezes, sentimentos são apenas sentimentos, e
nada mais, sejam eles bons ou ruins e não significam muita
coisa. Por exemplo:
Imaginar que alguém tem uma "energia ruim" porque não fala bom
dia, ou porque você teve um sentimento ruim na presença de
alguém, é uma distorção grave, e além disso, pode ser
preconceituosa, especialmente quando as pessoas se deixam
levar por ideias preconcebidas sobre as pessoas.
O contrário também se aplica, pois nem sempre os sentimentos
bons, na presença de alguém indicam êxito na relação.
Um exemplo claro sobre isso (que muitas pessoas já
vivenciaram), é quando você faz uma entrevista de emprego, vai
muito bem, sai com um sentimento de otimismo, e no dia
seguinte recebe uma mensagem "agradecendo sua participação,
mas seu perfil não se encaixa na vaga".
Ou seja, sentimentos definitivamente não refletem fatos.
6. Generalização
Segundo Wilson & Blanch:
Generalização é quando, a partir de um ou mais episódios, você
conclui que o resultado destes episódios pode ser aplicado aos
próximos. Quando você percebe estar pensando “sempre”,
“nunca”, “as pessoas são..., ou “o mundo é...”,você está
generalizando. (p. 28).
7. Rotulação
"É o processo de rotular pessoas e episódios, acontecem em
qualquer lugar.
Por exemplo, pessoas que têm baixa autoestima
rotulam a si mesmas como “inúteis”, “inferiores” ou
“inadequadas”. Se você rotula as outras pessoas como “ruins”
ou “inúteis”, é provável que você acabe ficando irritado com
elas. Ou talvez você rotule o mundo como “inseguro” ou
“totalmente injusto”?
O erro aqui é que você está rotulando
coisas de forma generalizada e que são complexas demais para
terem um rótulo generalizado.
Olhe os exemplos de rótulos:
Você lê um alarmante artigo no jornal falando sobre o aumento
do crime na sua cidade. O artigo ativa sua crença de que você
vive em um lugar completamente perigoso, o que contribui para
que você se sinta ansioso quando pensa em sair de casa."
(Wilson & Branch, p. 29).
"Comemore a complexidade. Todos os seres humanos – incluindo
você – são únicos, multifacetados e em constante mudança.
Rotular a si mesmo como um fracasso por causa de uma única
falha é um forma extrema de generalizar.
Da mesma forma, as
outras pessoas são tão única se complexas como você. Uma má
ação não é a mesma coisa que ser uma pessoa má." (Wilson &
Branch, p. 29).
8. Inflexibilidade
“Pensamentos e crenças que contêm palavras como
“devo”,“deveria”, “preciso”, “é necessário”, “tenho” são
frequentemente problemáticas porque são extremistas e
rígidas.” [...]A inflexibilidade do que você exige de si
mesmo, do mundo que o cerca e das outras pessoas, com
frequência significa que você não se adapta à realidade tanto
quanto poderia. (Wilson & Branch, p. 30).
9. Desqualificação do Positivo
"Desqualificar o positivo é um mecanismo mental que transforma
um episódio positivo em um episódio neutro ou negativo. [...]
Você acredita que você é inútil e incapaz de ser apreciado
pelos outros. Você responde a uma promoção no trabalho
pensando “Isso não conta, porque qualquer um poderia conseguir
isso”. Resultado, ao invés de se sentir feliz, você acaba se
sentindo desapontado” (Wilson & Branch, p. 32).
10. Baixa Tolerância à Frustração.
“Baixa tolerância a frustração refere-se ao erro de supor que
quando uma coisa parece ser difícil de ser tolerada, ela é
intolerável. Este modo de pensar significa aumentar o
desconforto e não tolerar o desconforto temporário quando é do
seu interesse fazê-lo em prol de algo que você almeja” (Wilson
& Branch, p. 33).
11. Personalização.
A personalização é a tendência de achar que tudo o que
acontece tem relação direta com você.
Referências
Conceição, Jaqueline; Bueno, Gabriela. 101 Técnicas da
terapia
cognitivo-comportamental: [Disponivel Online].
chrome-extension://oemmndcbldboiebfnladdacbdfmadadm/https://uni-contestado-site.s3.amazonaws.com/site/biblioteca/ebook/101%20T%C3%A9cnicas%20da%20Terapia%20Cognitivo-Comportamental.pdf/ organização. Mafra, SC : Ed. da UnC, 2020.
Reyes, Amanda Neumann e FERMANN, Ilana Luiz. Eficácia
da
terapia cognitivo-comportamental no transtorno de
ansiedade
generalizada. Rev. bras.ter. cogn. [online]. 2017,
vol.13, n.1
[citado 2022-11-15], pp. 49-54 . Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000100008&lng=pt&nrm=iso>.
ISSN 1808-5687.
http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20170008.
Quando procurar Terapia Cognitivo Comportamental -TCC
M. sempre teve dificuldade de
demonstrar afeto
e de se conectar emocionalmente com as pessoas, o que acabou
afetando seus relacionamentos amorosos.
Ela tentou ter um
relacionamento aberto
para lidar com essa questão, mas percebeu que, embora isto
funcionasse para alguns amigos seus, isso não resolvia seu
problema.
Foi então que decidiu buscar ajuda profissional e procurou
uma "psicóloga perto de mim".
Com o apoio de uma
psicóloga sp, que tivesse Missão, Visão e Valores
alinhados ao que buscava, M. descobriu que sua Dificuldade de relacionamento estava relacionada a uma dependência emocional desenvolvida na infância, além de bloqueios emocionais que
a impediam de
perdoar
algumas pessoas.
A
terapia cognitivo comportamental
ajudou-a a mudar seus padrões de pensamento e
comportamentos, permitindo que ela desenvolvesse um
relacionamento mais saudável consigo mesma e com os outros.
Embora M. tenha investido em
terapia particular, ela descobriu que há
psicólogos gratuitos
disponíveis em algumas instituições, que poderia recomendar
para outras pessoas.
O importante é reconhecer que buscar ajuda emocional com um
psicólogo é um passo importante para lidar com dificuldades
emocionais que possam surgir em nossas vidas.
Obrigada pela leitura.
Texto produzido pela CRP-SP 06-121677.
Obrigada pela leitura.