Alguns psicólogos, podem, eventualmente, ter dificuldades para tratar de assuntos delicados com determinados pacientes.
Isso é normalíssimo em nossa profissão, uma vez que a palavra, é nossa principal ferramenta de trabalho, portanto, não é demérito algum sentir-se desconfortável, eventualmente, quando alguma situação inteiramente nova surge.
Mesmo quando buscam supervisão para aprender a comunicar-se de maneira eficaz e transparente com os pacientes, o desconforto pode continuar. Isso demonstra um comprometimento genuíno com a profissão e a necessidade de melhorar a habilidade de comunicação.
Ainda assim, as coisas desagradáveis devem ser ditas.
Alguns dos temas mais desafiadores que um psicólogo pode precisar abordar, estão elencados abaixo:
Necessidade de encaminhamento: Explicar que o caso do paciente excede a sua área de expertise ou que ele se beneficiaria de um atendimento com outro profissional (psiquiatra, neurologista, outro tipo de terapeuta).
Limites da terapia: Comunicar que a terapia não pode resolver todos os problemas de forma mágica, ou que há limites para o que o psicólogo pode fazer dentro da ética profissional.
Consequências de comportamentos autodestrutivos ou de risco: Discutir de forma direta e sem julgamento comportamentos como abuso de substâncias, automutilação, negligência da saúde, ou padrões de relacionamento abusivos, explicando o impacto negativo na vida do paciente.
Feedback sobre padrões disfuncionais: Apontar padrões de pensamento, emoção ou comportamento que o paciente não consegue perceber ou aceitar, mas que são claramente prejudiciais. Isso pode incluir manipulação, vitimização, negação ou resistência ao processo terapêutico.
Quebra de sigilo (em casos específicos): Abordar a necessidade de quebrar o sigilo profissional em situações de risco iminente à vida do paciente ou de terceiros, ou em casos de suspeita de abuso.
Fim da terapia ou alta: Comunicar que o processo terapêutico chegou ao fim, mesmo que o paciente ainda sinta alguma dependência ou resistência em finalizar.
Resistência ao tratamento: Discutir abertamente a resistência do paciente ao processo terapêutico, seja por faltas, atrasos, não realização de "tarefas" ou uma postura defensiva nas sessões.
Exploração de traumas profundos: Conduzir o paciente por memórias ou experiências traumáticas que ele pode estar evitando ou que causem grande sofrimento.
Cobrança de honorários em atraso: Tratar da falta de pagamento de sessões de forma profissional, explicando a importância da regularidade para a continuidade do tratamento e para a sustentabilidade do trabalho do terapeuta, buscando uma solução que seja respeitosa para ambos
Então, como falar coisas difíceis para seu paciente?
O segredo está em criar um ambiente de confiança, escolher o momento certo, usar uma linguagem empática e não acusatória, e sempre reforçar o objetivo maior da intervenção: o bem-estar e o desenvolvimento do paciente.
A busca por supervisão
Ao buscar supervisão, o psicólogo clinico está se tornando mais consciente e refletido sobre sua prática, o que é fundamental para fornecer um cuidado de qualidade aos pacientes, agregando bem estar emocional.
Isso demonstra que o psicólogo está disposto a aprender e a crescer, e não se sente abalado por admitir que precisa melhorar em alguma área.
Além disso, a supervisão permite ao psicólogo discutir seus casos, obter feedback e refinar suas habilidades, tornando-o um profissional mais eficaz e respeitado.
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